Cachorro não faz xixi depois da castração: causas e o que fazer

Às vezes, uma cirurgia pode piorar um quadro obstrutivo ou até mesmo provocá-lo, aina que isso não seja comum. Um cão pode apresentar uma obstrução urinária quando há dificuldade na passagem da urina desde os rins, onde é produzida, até a uretra, o canal pelo qual urina é eliminada. Geralmente, a dificuldade na eliminação da urina se localiza na bexiga e na uretra, embora possa ocorrer em qualquer lugar.

Nos machos, a uretra se encontra dentro do canal do osso peniano, onde se torna mais estreita, predispondo ao bloqueio por pedras ou cálculos urinários na região, sendo essa a principal causa de obstrução. A obstrução também pode ser causada por sangue ou cristais. Outras causas de obstrução em cães incluem tumores, inflamação da uretra, doenças da próstata ou pólipos.

A obstrução do fluxo de urina faz com que a bexiga se inche bastante, resultando em um bexigoma e na passagem de toxinas para o sangue devido à urina acumulada, o que coloca a vida do cão em risco. Os principais sinais clínicos que indicam obstrução urinária em cães são os seguintes:

• Dor;
• Disúria (dificuldade para urinar) ou incapacidade total de urinar;
• Sangue na urina;
• Apatia;
• Vômitos;
• Letargia;
• Insuficiência renal com azotemia;
• Distensão abdominal.

As obstruções urinárias, além de serem perigosas por si só, podem predispor ao desenvolvimento de outros problemas, como infecções urinárias, cistite (infecção da bexiga) ou pielonefrite (quando afeta os rins). Essas infecções são geralmente causadas por agentes bacterianos como enterococos ou E. coli, e os cães com esse problema podem não urinar ou sentir muita dor ao tentar.

O que fazer?

O tratamento da obstrução urinária inclui uma série de etapas de tratamento médico veterinário:

1. Uso de medicamentos analgésicos para o controle da dor;
2. Anti-inflamatórios para reduzir a inflamação;
3. Antibióticos para tratar as infecções;
4. Fluidoterapia intravenosa para controlar o desequilíbrio eletrolítico e reidratar o cão;
5. Sondagem uretral até que os valores se normalizem.

Alguns cálculos, como os de estruvita, urato ou cistina, podem ser dissolvidos com uma dieta urinária, mas os de oxalato de cálcio sempre exigirão extração cirúrgica. Às vezes, pode-se utilizar a hidropropulsão retrógrada do cálculo, após a sondagem do cão, para tentar mover o cálculo para a bexiga.

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Algumas cirurgias podem acabar causando uma ruptura da bexiga, embora isso não seja muito frequente. Quando isso ocorre, a urina vaza para a cavidade peritoneal, não sendo eliminada pelo exterior através da uretra, de modo que podemos observar que o cão não urina após a cirurgia. No entanto, isso não é comum, pois os cirurgiões têm muito cuidado para não danificar as estruturas e órgãos dos cães durante a cirurgia. Esse problema geralmente surge como consequência de acidentes ou traumas de grande impacto, como atropelamentos, esmagamentos ou quedas de grande altura.

Quando um cão apresenta esse problema, pode mostrar sinais clínicos como:

• Letargia;
• Vômitos;
• Anorexia;
• Arritmias;
• Dor abdominal;
• Hipercalemia.

A hipercalemia ocorre devido ao acúmulo de urina na cavidade abdominal. A urina contém potássio, reabsorvido na circulação sanguínea, causando hipercalemia. Esse fator é responsável pelas arritmias cardíacas.

O que fazer?

Para resolver esse problema, o primeiro passo é estabilizar o animal com fluidoterapia, utilizando coloides e cristaloides. A hipercalemia marcada, quando afeta o coração, também deve ser tratada. Uma vez estabilizado, deve-se passar à reparação da bexiga, removendo todo o tecido danificado ou necrótico, mediante uma sutura contínua de uma ou duas camadas. Vale destacar que até 75% da bexiga pode ser removida e o cão ainda pode manter uma função normal.

Como você pode ver, se o seu cão não urina após a cirurgia de castração, é fundamental procurar um veterinário.