Hipotiroidismo em cães - expectativa de vida e tratamentos
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O hipotireoidismo é a doença relacionada à tireoide mais marcante em cães. Além disso, é uma das mais prevalentes na endocrinologia. A glândula tireoide desempenha funções muito importantes relacionadas ao metabolismo, crescimento, desenvolvimento, sistema nervoso e no reparo de tecidos. No caso do hipotireoidismo, essa glândula produz hormônios tireoidianos abaixo do normal, o que pode afetar todas essas funções. Por outro lado, o hipotireoidismo pode originar-se na glândula tireoide, hipófise ou hipotálamo.
Sua origem pode ser congênita em raças predispostas, como o schnauzer gigante ou o cão d'água espanhol. No entanto, o hipotireoidismo geralmente ocorre de forma adquirida ao longo da vida do cão. Os sinais clínicos mais comuns costumam ser letargia, obesidade, intolerância ao exercício ou ao frio, alopecia e má qualidade do pelo. Além disso, também afeta a pele, com hiperpigmentação, infecções, secreção excessiva de gordura, etc. O hipotireoidismo também pode causar problemas neurológicos e oftalmológicos, entre muitos outros.
Para diagnosticar a doença, são utilizados diferentes exames, como hemograma, bioquímica do sangue e exames hormonais específicos. Uma vez diagnosticada a doença, uma das dúvidas mais comuns é quanto tempo um cão com hipotireoidismo pode viver, e é exatamente sobre isso que vamos falar neste artigo do PeritoAnimal. Além disso, explicaremos como é possível melhorar a expectativa de vida desses animais e se podem recuperar completamente. Continue lendo para saber mais sobre hipotiroidismo em cães - expectativa de vida e tratamentos.
Qual é a expectativa de vida de um cão com hipotiroidismo?
Esta pergunta é muito aberta, pois a expectativa de vida do animal, uma vez diagnosticada a doença, é influenciada por muitos fatores. A maioria dos cães com hipotireoidismo costuma ser diagnosticada aos 7 anos, no entanto, foram observados casos em animais com 6 meses e até 15 anos. No entanto, é raro diagnosticar o hipotireoidismo canino em pacientes com menos de 2 anos. Além disso, machos não castrados e fêmeas castradas têm maior probabilidade de sofrer da doença.
O prognóstico da doença para animais idosos é excelente, pois com o tratamento adequado eles se recuperam sem problemas e não têm uma expectativa de vida menor devido ao hipotireoidismo. Por outro lado, os filhotes com hipotireoidismo congênito têm um prognóstico pior, pois os danos ósseos podem ser irreparáveis. Em animais com hipotireoidismo secundário, relacionado a problemas na hipófise, o prognóstico é grave e pode ser necessário realizar quimioterapia (se a destruição estiver relacionada a um tumor) ou tratamento paliativo.
Como se vê, o prognóstico será muito variável, dependendo da origem da doença, sendo o diagnóstico um aspecto fundamental para estimar a expectativa de vida do cão com hipotireoidismo e estabelecer um prognóstico confiável.
Como aumentar a expectativa de vida de um cão com hipotiroidismo?
Neste caso, para que nosso amigo tenha uma boa recuperação, é estritamente necessário estabelecer um tratamento. Dessa forma, os sintomas gerais desaparecerão com o tempo, aumentando significativamente a expectativa de vida ao evitar problemas metabólicos, neurológicos ou cardíacos, entre outros. Ao tratar um cão com hipotireoidismo, indiretamente estão sendo abordadas as patologias mais perigosas relacionadas a essa disfunção da glândula tireoide.
O tratamento baseia-se na administração do hormônio deficiente, isto é, a tiroxina. Neste caso, é utilizada a levotiroxina sódica, uma forma artificial da T4 própria do organismo canino. É administrada oralmente e ajuda a restabelecer os níveis hormonais adequados relacionados ao funcionamento da glândula tireoide. A melhor forma de administrar este medicamento é a cada 12 horas. O tratamento é reavaliado 4 ou 8 semanas após seu início.
Cuidados específicos
No mais, o tratamento medicamentoso também pode ser acompanhado por outros cuidados para aliviar os sintomas principais. São os seguintes:
- Alimentação: a dieta é um fator fundamental, pois através dela podemos calcular as calorias ingeridas pelo nosso cão e regular a quantidade de comida conforme ele se recupera;
- Exercício moderado: recomenda-se não submeter o cão com hipotireoidismo a exercício intenso ou ao frio nos primeiros meses de tratamento, pois o animal não é capaz de se adaptar a essas situações, e as repercussões para sua saúde podem ser graves. Para saber como proteger seu cachorro do frio, recomendamos a leitura do artigo "Cachorro sente frio?".
Por outro lado, os sintomas dermatológicos diminuem ao longo dos meses de tratamento, mas em alguns casos é necessário controlar as infecções cutâneas ou usar xampus específicos para pelagens secas/oleosas. Para os demais sintomas, o veterinário irá avaliar se é necessário utilizar medicamentos específicos para cada um deles.
Por fim, o tutor deve ser paciente, pois alguns sintomas desaparecem no primeiro mês e outros levam aproximadamente 6 meses para irem embora. Portanto, é necessário seguir estritamente o protocolo de tratamento estipulado pelo seu veterinário de confiança para garantir uma boa recuperação de seu amigo de quatro patas.
Cão com hipotireoidismo pode se recuperar?
Uma vez esclarecida a expectativa de vida de um cão com hipotireoidismo, é comum questionar se uma recuperação completa é possível. Esta pergunta também tem suas nuances, como mencionado no tópico anterior, pois existem causas de hipotireoidismo que não podemos controlar, ou que exigem técnicas cirúrgicas avançadas ou até mesmo que respondem de maneira excelente ao tratamento. Por isso, é necessário compreender profundamente a origem da patologia.
Normalmente, trata-se de um hipotireoidismo primário, ou seja, a origem da doença está relacionada ao ataque à glândula tireoide, causada por uma falha do sistema imunológico. Nestes casos, o animal geralmente precisará fazer uso de medicação ao longo da vida, pois aproximadamente 75% da glândula se destruirá. Se retirarmos a medicação após sumirem os sintomas, estes podem reaparecer. Portanto, é de vital importância manter a medicação do cão em dia e comparecer às revisões periódicas agendadas pelo veterinário de confiança.
Além disso, deve-se monitorar a tirotoxicose. A intoxicação por tiroxina está relacionada à superdosagem da mesma, fazendo com que o animal apresente de forma súbita os sintomas mais comuns do hipertireoidismo: poliúria-polidipsia, nervosismo, taquipneia ou taquicardia, entre outros. Em suma, a comunicação com o veterinário é essencial para evitar esse tipo de problema.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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- Ettinger, S. J., Feldman, E. C., & Côté, E. (2016). Textbook of Veterinary Internal Medicine-Inkling E-Book. Elsevier health sciences.
- Nelson, R. W., & Couto, C. G. (2019). Small Animal Internal Medicine-E-Book: Small Animal Internal Medicine-E-Book. Elsevier Health Sciences.