Medusa-da-lua

A seguir, apresentamos as principais características da medusa-da-lua:

• A coloração externa é transparente.
• Internamente, observam-se estruturas azuladas: que podem formar outras tonalidades e correspondem às gônadas do animal, as quais têm a forma de uma ferradura anilhada.
• O manto possui um diâmetro que varia de 10 a 35 cm aproximadamente.
• Os tentáculos são pequenos: saem para os lados da campânula e medem entre 1 e 5 cm..
• Na parte inferior da campânula, há quatro braços orais: que são providos de cnidócitos ou células urticantes, onde se localizam os nematocistos ou organelas secretoras.
• Possui uma diversidade de cílios: que estão estruturados ao redor da campânula.
• Não possui estruturas ou órgãos respiratórios especializados; realiza esse processo por meio de difusão entre o tecido externo da campânula..
• Ingere água rica em oxigênio: por meio de sua cavidade gastrovascular e expulsa a água pobre em oxigênio pelo mesmo meio, constituindo uma maneira adicional de obter o composto.
• Também não possui cérebro, sistema digestivo particular, sistema circulatório e sistema excretor: em vez disso, conta com uma série de tecidos ou estruturas para cumprir essas funções, como canais radiais para transportar o alimento e uma rede nervosa que intervém em diversos processos.
• Internamente, é composta de mesogleia: o tecido característico dos cnidários que serve como um esqueleto hidrostático.

A medusa-da-lua é um cnidário de tipo cosmopolita, que se distribui por todos os oceanos do mundo, exceto no Ártico. Nesse sentido, está presente em praticamente todas as zonas marinhas da América do Norte e do Sul, Ásia, Europa, costas da Austrália e, embora em menor grau, em algumas áreas da África.

Este tipo de verdadeira medusa pode habitar tanto em águas costeiras oceânicas quanto em zonas tropicais, com um intervalo de temperatura que varia entre 6 e 19 °C, embora o valor ótimo para seu desenvolvimento seja de 17 °C. Um traço particular da medusa-da-lua é que, ao contrário de outras, pode viver em águas com salinidade muito baixa, até mesmo menos de 1%, mas prospera melhor em torno de 40% de sais.

Quanto aos níveis de profundidade, pode variar consideravelmente, encontrando-se nos níveis entre a superfície e até 200 metros, na zona conhecida como epipelágica, e também na mesopelágica, que vai até cerca de 1.000 metros de profundidade.

A medusa-da-lua, de acordo com a disponibilidade de alimentos, temperaturas e condições de salinidade, se agrupa formando grandes proliferações em certas áreas. As medusas, em geral, são excelentes nadadoras e esta espécie utiliza a água propulsada através da campana para se mover horizontalmente em direção à superfície.

Embora ainda faltem pesquisas, estima-se que as medusas-da-lua sejam capazes de se comunicar quimicamente por meio de substâncias que secretam na água. Além disso, possuem estruturas no manto que lhes permitem detectar a luz, a profundidade e até mesmo a gravidade.

Um aspecto extremamente interessante, conforme relatado em um estudo ^[1], é que as medusas do gênero Aurelia, incluindo a medusa-da-lua, são evidências de que esses animais podem passar por uma transformação inversa, indo das fases de adultos sexualmente maduros para a forma de pólipos, o que faria deles seres mais jovens em vez de envelhecerem. Essa possibilidade foi relatada em muito poucas espécies.

A medusa-da-lua é um animal carnívoro, e, portanto, é um predador ativo. Quando detecta uma presa potencial próxima, utiliza a estrutura semelhante a um arpão conhecida como nematocistos, com a qual inocula uma substância tóxica que paralisa o animal capturado. Em seguida, usa seus braços orais para levar a presa até debaixo da sua campana, onde há um orifício por onde a introduz.

Entre as presas das quais a medusa-da-lua se alimenta, encontramos:

• Peixes pequenos
• Copépodos
• Ovos
• Moluscos
• Outras medusas
• Plâncton

Essas medusas apresentam dimorfismo sexual, ou seja, há diferenças entre fêmeas e machos. Não há ações de cortejo entre eles, nem é relatada alguma organização hierárquica relacionada com a reprodução.

Elas têm duas fases reprodutivas:

• Uma fase sexual: o macho adulto libera filamentos de esperma na água, que, próximos à fêmea, se introduzem na bolsa gástrica da fêmea com a ajuda dos cílios presentes na campana. Uma vez dentro, fecundam os óvulos, que posteriormente são liberados na água. Dos ovos fecundados, formam-se as plântulas, que têm vida livre e nadam, graças aos cílios, em busca de um substrato onde possam se aderir.
• Uma fase assexual: após se fixarem e se transformarem em pólipos, estes se reproduzem na segunda fase de tipo assexual. Os pólipos, ao amadurecerem, se transformam em estróbilos, que passam por várias etapas até formar as medusas juvenis completamente desenvolvidas.

O processo reprodutivo da medusa-da-lua, assim como ocorre com o grupo de medusas, depende dos fatores do meio aquático, como salinidade, temperatura e disponibilidade de alimentos. Todo o conjunto de etapas tem uma duração que varia entre 4 a 6 meses, aproximadamente.

A medusa-da-lua não está incluída em nenhuma lista de animais em perigo. Na verdade, em algumas áreas, devido à sua alta proliferação, é considerada um problema porque afeta certas atividades humanas. No entanto, quase nenhum animal marinho escapa dos efeitos das mudanças climáticas e, de maneira geral, de outros efeitos de origem antrópica. Portanto, é importante continuar monitorando essa medusa e, de forma geral, outras espécies, pois elas desempenham papéis importantes dentro dos ecossistemas.