O que as águas-vivas comem?
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As águas-vivas são animais pertencentes ao filo Cnidaria e estão presentes em quase todos os ambientes marinhos. Assim como os demais seres vivos, elas precisam se alimentar para obter todos os nutrientes necessários para sobreviver. No caso, sua alimentação é bastante variada, mas, em geral, pode-se dizer que as águas-vivas são carnívoras. Seu organismo está adaptado, por meio dos tentáculos, para capturar presas, consumi-las e digeri-las lentamente. Algumas espécies são até capazes de capturar peixes de grande porte, e isso acontece graças aos cnidócitos, células urticantes localizadas nos tentáculos, através das quais podem se defender de predadores ou capturar suas presas, muitas vezes conseguindo até as paralisar.
Quer saber o que as águas-vivas comem? Continue lendo este artigo do PeritoAnimal e conheça todos os detalhes sobre a alimentação das águas-vivas.
Alimentação das águas-vivas
Você já se perguntou do que se alimentam as águas-vivas de água salgada e doce? Bem, o alimento que consomem varia conforme a espécie, mas, como mencionamos, elas são consideradas animais primariamente carnívoros, sendo fortes competidoras graças às suas elevadas taxas de predação, já que as espécies de maior tamanho são capazes de capturar peixes de grande porte. Em geral, elas dependem do vento e das correntes marinhas para encontrar seu alimento e, uma vez que o encontram, o capturam com seus tentáculos, providos de uma potente toxina, para depois levá-lo à boca.
No caso das águas-vivas de maior tamanho, como são capazes de nadar verticalmente, podem consumir crustáceos, peixes pequenos e até outras espécies de águas-vivas menores, podendo-se afirmar, além disso, que são animais oportunistas, já que consomem quase qualquer presa que caia em seus tentáculos.
Em regra, independentemente do tamanho da água-viva, seu principal alimento é o plâncton, já que, por se tratar de micro-organismos flutuantes, as águas-vivas simplesmente movimentando os tentáculos na água conseguem capturá-lo. E, como mencionamos antes, o tamanho de outras presas dependerá do tamanho da água-viva, pois quanto maior ela for, maiores serão as chances de capturar uma presa de maior porte. Assim, elas são capazes de decompor as conchas duras de alguns moluscos, embora essa tarefa lhes leve mais tempo.
Então, o que comem as águas-vivas? Principalmente plâncton e, dependendo do tamanho ou tipo de água-viva, outros animais menores do que elas. E como curiosidade, quem come as águas-vivas? Os predadores das águas-vivas variam conforme o local onde se encontram, mas principalmente incluem tartarugas marinhas, peixes-lua, alguns tubarões e algumas baleias.
O que comem as águas-vivas antes de serem adultas?
Durante as fases de larva, pólipo e éfira, as águas-vivas se alimentam de plâncton. Assim, somente quando atingem a fase adulta, tornam-se animais oportunistas e começam a se alimentar de peixes ou crustáceos.
Como as águas-vivas caçam?
Agora que você sabe o que comem as águas-vivas aquáticas, como elas se alimentam exatamente? Esses animais são capazes de encontrar suas presas graças aos receptores sensoriais que possuem na parte superior do corpo conhecida como exumbrela e em seus tentáculos.
Quase todas as espécies de águas-vivas ativam os tentáculos e sua toxina quando entram em contato com seu alimento e, como não diferenciam entre humanos ou presas potenciais, os acidentes com esses animais são muito comuns. Quando localizam uma presa potencial e a capturam com seus tentáculos, liberam toxinas por células especializadas que, como ferrões, podem liberar o veneno, permitindo assim paralisar a vítima. Depois disso, a levam lentamente à boca por meio de seus tentáculos. As águas-vivas possuem uma cavidade gastrovascular, logo após a boca, onde digerem os alimentos pela ação de enzimas digestivas.
Como dissemos, são animais oportunistas, podendo consumir uma abundante de presas simplesmente ao nadar ou deixar-se levar pelas correntes marinhas. Além disso, existem técnicas de caça que as águas-vivas utilizam. Para isso, sempre usam seus tentáculos, que são filamentos finos que circundam sua boca e que, em algumas espécies, podem ser incrivelmente longos, chegando a atingir até 50 metros de comprimento, embora outras espécies possam tê-los muito curtos, mas todas com as características células urticantes.
Entre os mecanismos de caça, podemos nomear dois principais: o comportamento de cruzeiro e o de emboscada. Essas técnicas as tornam competidoras potentes dentro das redes tróficas, a ponto de até afetar de maneira considerável os organismos de um ecossistema. Vejamos a seguir em que consiste cada método:
- Comportamento de cruzeiro: é típico das águas-vivas da ordem Rhizostomea, na qual a captura de suas presas é realizada por meio da filtração. Mediante movimentos da exumbrela e graças às correntes marinhas, as presas são direcionadas para os braços orais (que são tentáculos mais curtos que circundam a cavidade oral) e a boca, onde são capturadas pelos cnidócitos, ou seja, as células urticantes;
- Comportamento de emboscada: é utilizado por águas-vivas que têm tentáculos mais fortes e longos, que são predadoras oportunistas, geralmente espécies de maior porte. Esta técnica baseia-se em nadar em zigue-zague e, dessa forma, agrupar as presas para depois capturá-las por meio de movimentos rápidos.
No vídeo a seguir, compartilhado por Sabrina Inderbitzi, podemos observar uma água-viva caçando.
Como as águas-vivas digerem o alimento?
Embora seu organismo seja muito primitivo e não possuam todos os órgãos presentes em outros grupos animais, as águas-vivas são capazes de realizar processos vitais como a digestão de seu alimento. Esses animais tão chamativos são dotados de uma única cavidade, a boca, e logo em seguida encontra-se a cavidade gastrovascular. A digestão ocorre dentro dessa cavidade, que está provida de células ciliadas e enzimas digestivas, por meio das quais a digestão é realizada uma vez que o alimento entra em contato com as paredes da cavidade gastrovascular. Além disso, essa cavidade funciona como um sistema para distribuir todos os nutrientes, o oxigênio e como sistema excretor, já que as águas-vivas não possuem um sistema digestivo e excretor bem diferenciados.
A cavidade gastrovascular está separada do exterior apenas pela boca, que é por onde, além disso, serão eliminados os resíduos, de modo que essa abertura funciona como boca e ânus. Posteriormente, a distribuição de todos os nutrientes fica a cargo de finos condutos chamados canais radiais, que levam todos os nutrientes para o resto do corpo.
Você sabia tudo isso sobre como as águas-vivas realizam a digestão? Agora que você conhece o que comem as águas-vivas, como caçam e como digerem suas presas, não perca esses outros artigos para continuar ampliando seus conhecimentos:
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