Onde vive o boto-cor-de-rosa?

O boto-cor-de-rosa está distribuído nas bacias de dois grandes e importantes rios da América do Sul: o Amazonas e o Orinoco. Mais especificamente, nos países do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Esse mamífero aquático pode ser encontrado em praticamente qualquer parte dos rios, desde os deltas, nas zonas superiores dos rios, até os rápidos, intransitáveis para embarcações. Entre os fatores que limitam o deslocamento desse golfinho estão as cachoeiras, a diminuição do nível da água e, possivelmente, a queda das temperaturas.

Vamos conhecer áreas específicas da distribuição do boto-cor-de-rosa, que foram relatadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Começando pelo Brasil:

• Região central;
• Bacia do rio Araguaia-Tocantins;
• Rios das Mortes e Verde, Paranã, Vermelho, Peixe, Crixas-Açú e Água Limpa;
• Lagos dos Tigres e Rico, todos no estado de Goiás. Também no lago Montaria, no estado de Mato Grosso;
• Manguezais na baía de Marajó;
• Rios e afluentes da bacia do Amazonas no Brasil, como Juruá, Purús, Madeira, Tapajós, Xingu (abaixo das cataratas de Belo Monte), Içá, Caquetá-Japurá, Negro-Branco e Trombetas;
• Ao longo do curso principal do Madeira, acima e abaixo dos rápidos de Teotônio.

Seguindo para a Bolívia, o boto-cor-de-rosa é encontrado em:

• Afluentes Beni e Orton, Iténez ou Guaporé, Verde, Machupo e Iporuporé;
• Bacia do Mamoré e seus afluentes: Pirai, Grande, Ichilo, Chapare, Ibaré, Matucaré, Tijamuchi, Apere, Yacuma e Yata.

Na Colômbia, ele está presente em:

• Rio Caquetá-Japurá, incluindo desde os rápidos de Araracuara até a foz do rio Apaporis, na fronteira com o Brasil;
• Rio Putumayo-Içá, desde Puerto Leguizamo ao leste, e no rio Amazonas;
• No Orinoco, são encontrados nos rios Meta, Arauca, Casanare, Bita, Vichada, Tomo, Tuparro, Orinoco, Guaviare (incluindo o afluente Guayabero), Inírida e Atabapo;
• Já foi avistado cruzando o primeiro conjunto de rápidos em Puerto Ayacucho (Atures-Rio Orinoco).

No Equador, ele está presente em:

• Rios Payamino, Napo, Pastaza, Tigre e Santiago;
• Na Amazônia equatoriana, em todos os sistemas fluviais, com exceção do rio Morona.

No Peru, ele é encontrado em:

• Afluentes Ucayali e Marañón, Napo, Tigre e Pastaza.

E, finalmente, na Venezuela, ele está em:

• Rio Orinoco;
• Deltas em Ciudad Bolívar, Caicara del Orinoco e próximo a Puerto Ayacucho;
• Rios Apure, Portuguesa, Guanare, Guaritico, Capanaparo, Cinaruco e Caura;
• Canal Cassiquiare, que conecta o Orinoco ao rio Negro.

Subespécies do boto-cor-de-rosa

A classificação taxonômica do boto-cor-de-rosa tem sido controversa. No entanto, até agora, especialistas da UICN reconhecem uma única espécie dentro desse gênero e duas subespécies: o I. g. boliviensis e o boto-cor-de-rosa (I. g. geoffrensis).

O I. g. boliviensis é encontrado nos rios Iténez-Guaporé, Mamoré e Rio Grande, na Bolívia, e também em quase todo o rio Madeira, no Brasil. Já o boto-cor-de-rosa está presente no rio Amazonas, no Brasil, Peru, Equador e Colômbia, e também pode ser encontrado no rio Araguaia-Tocantins e na bacia do Orinoco, tanto na Venezuela quanto na Colômbia.

Como vimos, o habitat do boto-cor-de-rosa é composto por diversos corpos d'água doce em vários rios da América do Sul. Sabe-se que algumas populações permanecem nas mesmas áreas durante todo o ano, enquanto outras se deslocam conforme as variações do nível da água, mas sem realizar uma migração propriamente dita, já que apenas aproveitam a inundação de algumas florestas para buscar alimentos.

Durante a época das chuvas, quando o nível da água sobe, as fêmeas e seus filhotes são encontrados principalmente nas florestas inundadas, em lagos e também em alguns afluentes menores, pois nesses locais os filhotes estão mais protegidos das correntes e podem capturar peixes com mais facilidade, além de serem amamentados com tranquilidade. Por outro lado, os machos preferem permanecer nos afluentes principais dos rios.

Quando chega a estação seca e as águas começam a baixar, os botos-cor-de-rosa se afastam dos lagos e áreas mais rasas, mantendo-se a cerca de 150 metros das margens dos rios e em locais onde há confluência de rios.

Em suma, o habitat do boto-cor-de-rosa é composto por rios principais, pequenos canais, florestas inundadas, fozes de rios, lagos, rápidos e áreas abaixo de cachoeiras.

O boto-cor-de-rosa está classificado na categoria de perigo de extinção, o que torna as ações de conservação fundamentais para deter essa situação dramática. As áreas protegidas são espaços onde as espécies deveriam estar seguras contra diversos perigos causados pelos seres humanos. No entanto, infelizmente, nem sempre as leis e normas que regulam esses espaços são cumpridas.

Vamos conhecer algumas das áreas protegidas onde o boto-cor-de-rosa está presente. Começando pelo Peru, ele está em:

• Reserva Nacional Pacaya Samiria;
• Bacia do rio Nucuray, no Alto Amazonas;
• Parque Nacional do Manu, localizado nas regiões de Cusco e San Martín.

No Equador, a área protegida é o Parque Nacional Yasuní. Na Colômbia, temos as seguintes áreas:

• Parque Nacional Natural Sierra de la Macarena;
• Sítios Ramsar, como o lago Tarapoto;
• Parque Nacional Yaguas.

No Brasil, ele está presente em:

• Áreas protegidas do rio Araguaia;
• Rio Amazonas.

Por fim, na Venezuela, encontramos essas áreas:

• Refúgio de Fauna Silvestre Caño Guaritico;
• Parque Nacional Santos Luzardo;
• Rio Amazonas.

Você gostaria de ver os botos-cor-de-rosa de perto? É possível fazer isso? A resposta é sim. Como vimos, nos diversos países onde o boto-cor-de-rosa da Amazônia está distribuído, existem áreas protegidas, e em muitas delas há centros turísticos que realizam passeios por áreas seguras de navegação, onde é possível avistar botos-cor-de-rosa.

Agora, aqui no PeritoAnimal, sempre priorizamos o bem-estar dos animais. Por isso, se você quiser ver botos-cor-de-rosa, damos algumas recomendações:

• Certifique-se de que o centro turístico que você visita seja totalmente respeitoso com a dinâmica e o bem-estar dos botos-cor-de-rosa;
• Nunca visite centros turísticos que mantenham botos em cativeiro;
• O encontro com os botos-cor-de-rosa deve ser natural, ou seja, nunca force esses mamíferos a fazer nada;
• Durante o encontro, não alimente os botos;
• Siga sempre as orientações dos guias;
• Não tente procurar os botos-cor-de-rosa por conta própria;
• Não fique frustrado caso não os encontre imediatamente. Lembre-se de que são animais livres, com seus próprios hábitos. Portanto, nem sempre é fácil avistá-los. Se você os vir, a natureza terá lhe oferecido um presente precioso.

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