Peixes que comem caramujos


Nos ecossistemas aquáticos, as interações tróficas desempenham um papel fundamental no equilíbrio natural. Entre elas, a predação de caramujos por certos peixes atua como um mecanismo regulador que mantém a dinâmica das populações e evita sua proliferação excessiva. Diversas espécies de peixes desenvolveram adaptações especializadas para se alimentar desses moluscos, contribuindo para o controle de sua quantidade.
Dessa forma, em rios, lagos, tanques e mares, encontramos várias espécies de peixes que incluem esses moluscos em sua dieta, como o acará-grande, o peixe-balão-de-espinhos-longos ou o bacu. Neste artigo do PeritoAnimal, apresentamos informações sobre os peixes que comem caramujos. Então, se você já se perguntou qual peixe come caramujos, a seguir encontrará a resposta!
- Acará-grande (Astronotus ocellatus)
- Peixe-balão-de-espinhos-longos (Diodon holocanthus)
- Bacu (Platydoras costatus)
- Piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri)
- Bótia-palhaço (Chromobotia macracanthus)
- Bótia zebra (Botia striata)
- Baiacu-anão (Carinotetraodon travancoricus)
- Peixe-gatilho (Rhinecanthus aculeatus)
- Baiacu-listrado (Colomesus psittacus)
- Baiacu fahaka (Tetraodon lineatus)
Acará-grande (Astronotus ocellatus)
O acará-grande é um peixe de água doce originário da América do Sul, presente nos rios Amazonas e Orinoco, além de outros corpos d'água da região. Foi introduzido em várias partes do mundo, incluindo América do Norte, Ásia e África, onde costuma ser usado como peixe de aquário.
Em média, mede 35 cm e pesa cerca de 1,58 kg. Geralmente apresenta uma coloração escura com manchas avermelhadas e ocelos distintivos na nadadeira dorsal. É um ciclídeo onívoro com preferência carnívora, alimentando-se principalmente de caramujos, camarões, insetos e mariscos, que extrai do fundo lamacento.

Peixe-balão-de-espinhos-longos (Diodon holocanthus)
Esse peixe tem distribuição circuntropical e habita águas rasas, especialmente em recifes de coral, manguezais e planícies de ervas marinhas. Pode medir entre 30 e 61 cm e se destaca por seus longos espinhos retráteis. Embora contenha traços de tetrodotoxina, não é altamente tóxico.
Sua mandíbula forma um bico sólido, ideal para quebrar as conchas de caramujos, ouriços-do-mar e caranguejos-eremitas, sua principal fonte de alimento. É um predador noturno de movimento lento, mas manobra com precisão em habitats complexos graças às suas nadadeiras. Durante o dia, esconde-se em cavernas e saliências. Sua dieta é baseada em gastrópodes e crustáceos, predominando os caramujos marinhos.

Bacu (Platydoras costatus)
Esse peixe espinhoso é nativo do Brasil, Suriname e Guiana Francesa, habitando rios como o Corentine e o Maroni. Por anos, foi confundido com o P. armatulus, mas diferencia-se porque sua faixa clara não se estende até a cabeça.
Pode atingir até 24 cm de comprimento e é uma espécie noturna que vive em fundos rochosos, entre raízes de mangue e áreas arenosas. É outro dos peixes que comem caramujos, pois se alimenta de moluscos, crustáceos e matéria orgânica, sendo um onívoro bentônico.
Se quiser saber mais sobre peixes onívoros, não perca este artigo: "Peixes onívoros: exemplos e características".

Piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri)
Esta espécie habita a América do Sul, principalmente nas bacias do Amazonas e do Paraná-Paraguai, evitando em grande parte córregos de águas negras. Sua aparência varia conforme a idade e a localização, apresentando tons de cinza prateado e laranja-avermelhado, com mudanças na coloração à medida que cresce.
É um predador versátil que usa emboscadas, perseguição e necrofagia para se alimentar. Sua dieta é variada e inclui peixes, insetos, escamas, plantas e, especialmente, caramujos, que consome graças à sua mordida poderosa. Em seu habitat, espreita suas presas e pode se aproveitar da vegetação para se esconder antes de atacar.

Bótia-palhaço (Chromobotia macracanthus)
Originário da Indonésia, este é um peixe de água doce muito popular em aquários. Caracteriza-se pelo corpo alongado e comprimido, com uma coloração laranja-avermelhada e três listras negras distintas. Pode atingir até 30 cm de comprimento e possui uma boca voltada para baixo com barbilhos sensíveis.
Esse peixe é valorizado não apenas por sua aparência atraente, mas também por sua dieta variada, que inclui caramujos, vermes e vegetais. É especialmente apreciado em aquários plantados por sua capacidade de controlar populações de aruás, tornando-se um aliado contra essas pragas.

Bótia zebra (Botia striata)
Este peixe de água doce é originário da Índia, onde sua população está em declínio devido à degradação do habitat. Atinge cerca de 9 cm e prefere águas tropicais com temperaturas moderadas e pH equilibrado.
É uma espécie pacífica, mas pode mostrar agressividade contra peixes de fundo menores se estressado. Sua dieta é variada e inclui caramujos, o que o torna útil no controle dessas populações.

Baiacu-anão (Carinotetraodon travancoricus)
É uma espécie endêmica dos Gates Ocidentais na Índia, encontrada em rios e lagos de Kerala e Karnataka. É um dos menores baiacus do mundo, com no máximo 3,5 cm. Sua coloração varia entre amarelo-esverdeado e tons escuros, com diferenças marcantes entre machos e fêmeas.
Na natureza, é um carnívoro oportunista que, embora prefira larvas de insetos, também consome crustáceos, anelídeos e outros pequenos invertebrados. Porém, em cativeiro, é um dos peixes que comem caramujos de água doce, entre outras fontes animais. Está classificado como "vulnerável". "Os golfinhos se drogam com baiacus?"? Descubra no próximo artigo!

Peixe-gatilho (Rhinecanthus aculeatus)
O peixe-gatilho é encontrado no Indo-Pacífico, do Mar Vermelho à Austrália e Havaí, vivendo em profundidades de 1 a 50 metros. Destaca-se pelo corpo angular, cores vibrantes e uma espinha dorsal rígida usada para defesa.
Atinge até 30 cm e tem uma mandíbula forte com dentes afiados, permitindo que consuma presas de casca dura. Sua dieta inclui crustáceos, ouriços-do-mar e, principalmente, caramujos, tornando-o um predador eficiente de moluscos. Também se alimenta de peixes, corais e algas de recife.

Baiacu-listrado (Colomesus psittacus)
Habita a costa atlântica da América do Sul, migrando entre águas doces e salobras. Seu corpo é verde no dorso e branco no ventre, com finas listras negras nas costas. Pode crescer até 28,9 cm.
Sua dieta é carnívora, baseada em moluscos, especialmente caramujos, mariscos e camarões, sendo um ótimo predador de invertebrados de concha dura. Como outros baiacus, infla-se como defesa, tornando-se difícil de ser capturado.

Baiacu fahaka (Tetraodon lineatus)
Vive em várias regiões da África, incluindo o rio Nilo e outros grandes sistemas fluviais. Com até 43 cm, é um peixe robusto e solitário. Sua dieta é composta principalmente de moluscos bentônicos, como mexilhões de água doce e caramujos, que esmaga com sua mandíbula poderosa.
É encontrado em águas abertas com vegetação e, como outros baiacus, pode inflar-se quando ameaçado. Além disso, possui tetrodotoxina, uma toxina potente que o torna perigoso para predadores.
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- Animal Diversity Web (2020). Disponible en: https://animaldiversity.org/