Por que o cachorro dorme em cima da roupa do dono?

Se você tem um belo vínculo com seu cachorro, provavelmente você é sua pessoa de referência. Ou seja, é a você que seu cachorro recorrerá sempre que precisar ou desejar algo, seja alimentar-se, passear, receber carinho, sentir-se protegido ou simplesmente estar acompanhado.

Além disso, os cachorros são animais sociais que, em estado natural, viveriam e dormiriam em grupos (nunca sozinhos). Portanto, é natural que seu cachorro goste de ter algo que cheire a você por perto, principalmente na hora de dormir. E, logicamente, suas roupas estão impregnadas com o seu cheiro, especialmente quando ainda não foram lavadas. Portanto, este é o motivo principal pelo qual seu cachorro se deita sobre suas roupas sujas.

Obviamente, isso não significa que seu cachorro tenha preferência por sujeira, mas sim que uma peça sua que ainda não teve contato com produtos de limpeza cheira a você de forma mais intensa. No entanto, dado que o olfato dos cachorros é extremamente desenvolvido, seu peludo também pode "roubar" suas roupas limpas para se deitar sobre elas.

O que fazer?

Se seu cachorro se deita em suas roupas eventualmente, não é estritamente necessário fazer nada para combater esse comportamento. Mas, se isso não for muito agradável para você e dado que esse comportamento geralmente ocorre durante a noite, quando o cachorro dorme sozinho, uma possível solução seria avaliar os benefícios de dormir com seu cachorro.

E se você estiver preocupado com o risco de contrair qualquer doença, saiba que, contanto que seu cachorro esteja saudável e livre de parasitas, dormir juntos não precisa ser um problema. Se quiser saber mais sobre este tema, não deixe de consultar o seguinte artigo: "Dormir com cachorro faz mal?".

Outra situação em que os cães gostam de dormir sobre as roupas de seus humanos é quando estão com frio. Eles acham muito conveniente deitar em uma peça que, além de transmitir calor, exala um aroma que promove uma sensação de calma e proteção.

É provável que isso ocorra se você mora em uma região onde as temperaturas são baixas ou se você tem um cachorro que é naturalmente mais sensível ao frio. Neste sentido, vale a pena lembrar que a sensibilidade ao frio nos cães não varia apenas com base no tamanho e tipo de pelagem, mas também na idade e condição de saúde. De fato, os filhotes, os idosos e aqueles que estão lidando com alguma enfermidade costumam ser os que mais sofrem com as baixas temperaturas.

O que fazer?

O mais básico é garantir que seu cão tenha uma cama com um bom enchimento, cujas dimensões sejam compatíveis com o tamanho do corpo dele e que esteja localizada em um ambiente com temperaturas amenas. Neste sentido, se você mora em uma região onde faz muito frio, principalmente durante o inverno, é importante verificar o sistema de aquecimento de sua casa para garantir que as temperaturas não caiam muito na área de descanso do seu cão.

Outra boa opção pode ser elevar um pouco a cama do seu cachorro ou adquirir diretamente uma cama elevada para cães, para evitar que ele durma em contato com a superfície fria do chão. Apenas tenha cuidado com o nível de elevação para que a cama não se torne de difícil acesso, principalmente para cães pequenos ou idosos.

Por fim, se seu melhor amigo for particularmente sensível ao frio, você também pode avaliar os benefícios de dar a ele uma manta térmica para cães.

Se seu cão revira o cesto de roupa suja ou vai ao seu quarto em busca de alguma peça sua sempre que você está ausente de casa, isso pode indicar que ficar sozinho lhe causa emoções negativas, como medo. É precisamente por essa razão que tal comportamento é mais comum em filhotes e em cães adultos que recém chegaram a um novo lar.

Tenha em mente que a adaptação dos cães é um processo, e que cada cão levará seu próprio tempo para se sentir seguro em um ambiente totalmente novo para ele. Portanto, é natural que, nos primeiros dias ou mesmo semanas após chegar a sua nova casa, um cão se mostre um pouco inseguro ou assustado, principalmente quando fica sozinho ou em circunstâncias que envolvem maior vulnerabilidade, como a hora de dormir.

O que fazer?

Não há nada de errado em seu cão se deitar em suas roupas para se sentir acolhido ou protegido quando está com medo ou desconfortável. No entanto, é fundamental garantir que seu peludo tenha a oportunidade de aprender a lidar com a solidão. Isso porque a rotina que a maioria de nós segue inevitavelmente implica que nossos cães precisem passar algum tempo sozinhos. E novamente, não há nada de errado em um cão ficar sozinho em casa por algumas horas, contanto que duas diretrizes básicas sejam respeitadas:

1. A primeira é que nenhum cão deve passar muito tempo sozinho, especialmente quando ainda é um filhote;
2. A segunda é que todo cão deve aprender a ficar sozinho de maneira progressiva, e não repentina.

Ou seja, em vez de deixar seu cão sozinho repentinamente de um dia para o outro por várias horas, você deve propor isso como um processo gradual, começando com alguns minutos e, em seguida, aumentando gradualmente esse tempo. Aqui nós mostramos como realizar esse processo passo a passo: "Como acostumar um cachorro a ficar sozinho?".

Outro ponto importante é começar a socializar seu cão filhote antes de seu terceiro ou quarto mês de vida, para permitir que ele desenvolva autoconfiança e melhores habilidades para interagir positivamente com outros indivíduos. No entanto, se você não teve a oportunidade de socializar seu melhor amigo no momento mais oportuno, pode se guiar por nossas dicas sobre como socializar um cachorro adulto.

Existem cães que "roubam" roupas de seus tutores quando estão sozinhos não porque estão com medo, mas porque se sentem entediados. Esse comportamento é manifestado com muito mais frequência quando os cães levam uma rotina sedentária em um ambiente empobrecido. E explicamos por quê.

Quando você está em casa e seu cão precisa se exercitar ou se divertir, é provável que ele peça para sair para passear ou traga um brinquedo para convidá-lo a brincar. Mas, quando você não está em casa, seu cão deve encontrar em seu ambiente os recursos que lhe permitam satisfazer essas necessidades ou desejos de maneira segura e adequada.

O problema é que, quando esses recursos não estão disponíveis, o cão começa a se sentir entediado e acaba recorrendo às opções à mão para gastar energia e se entreter. É aí que costumam surgir comportamentos que os tutores não consideram agradáveis, como roubar roupas para deitar em cima ou mordê-las, urinar em lugares inadequados, cavar portas ou paredes, latir excessivamente, entre outros.

Nesses casos, a explicação de "porque o cachorro dorme em cima da roupa do dono?" é a seguinte: para liberar um excesso de energia e, assim, obter certo alívio. E além dos danos que o cão pode causar na casa, o aspecto mais alarmante é que, cedo ou tarde, essas mesmas circunstâncias que geram tédio no cão acabarão levando-o a um quadro de estresse, que tem efeitos nocivos em seu comportamento e saúde.

O que fazer?

Enriquecer o ambiente do seu cão com uma boa variedade de brinquedos e estímulos sensoriais será seu melhor aliado na prevenção de comportamentos destrutivos, tédio e estresse. E se você não souber por onde começar, no PeritoAnimal preparamos este guia para você: "Enriquecimento ambiental para cães - Ideias e jogos!".

Também é altamente recomendável que você dedique um tempo todos os dias para apresentar jogos de inteligência ao seu cão. Isso sem esquecer da importância de estabelecer uma boa rotina de pelo menos três passeios diários de 20 a 45 minutos cada.

Da mesma forma, se você perceber que seu cão está muito estressado ou que seu comportamento mudou, não hesite em consultar um veterinário, pois algumas doenças e distúrbios metabólicos podem levar a um aumento do estresse e até da agressividade em cães. Após descartar causas patológicas, você também pode colocar em prática as dicas do seguinte artigo: "O que fazer se meu cão está estressado".

A insegurança também pode explicar por que seu cão se deita em suas roupas, embora felizmente não seja uma das causas mais comuns desse comportamento. E aqui é importante não confundir medo com insegurança. O medo é uma emoção natural fundamental para a sobrevivência de todos os animais, inclusive os cães, pois lhes permite ficar alerta e reagir a situações de perigo iminente. Por outro lado, a insegurança supõe a ausência ou perda de autoconfiança, que muitas vezes ocorre como resultado de uma exposição sistemática ou contínua a fatores ou contextos de medo, estresse ou isolamento.

Portanto, quando falamos de um cão inseguro, não nos referimos a um que, por algum motivo específico (por exemplo, a percepção de um ruído muito alto), se sinta assustado e recorra ao seu tutor ou a uma peça de roupa com seu cheiro para se sentir protegido. Estamos nos referindo a um cão que, diante de diferentes circunstâncias e/ou sem motivo específico, demonstra um comportamento excessivamente medroso que ultrapassa os limites do "natural e esperado" no comportamento dos cães.

Por exemplo, um cão que sempre precisa de algum recurso externo para se sentir seguro, independentemente do que está acontecendo ao seu redor, é provavelmente um cão inseguro. E esse recurso pode ser uma peça de roupa de seu tutor, entre outras coisas.

O que fazer?

O primeiro passo é entender por que seu cão é inseguro, pois o tratamento deve estar alinhado com a causa para surtir os efeitos esperados. Infelizmente, são vários os fatores que podem induzir um comportamento medroso em cães, e nem sempre é fácil identificá-los, especialmente se estamos falando de um cão resgatado, do qual desconhecemos as experiências vividas anteriormente e os detalhes de seu processo de socialização. Portanto, é fundamental contar com o apoio de um veterinário etólogo, que possa, além de realizar os testes necessários para detectar problemas de saúde, avaliar os sinais comportamentais que facilitam a identificação da causa e, então, estabelecer condutas comportamentais compatíveis com as necessidades de seu cão.

Além disso, há várias boas práticas que você pode adotar para prevenir um comportamento excessivamente medroso em seu cão. Para conhecê-las, recomendamos a leitura do seguinte artigo: "Como tirar o medo de um cachorro?".

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