Qual a alimentação das renas?


As renas (Rangifer tarandus), conhecidas como caribus na América do Norte, são mamíferos herbívoros que se alimentam de folhas, caules, ervas e líquens, estando adaptados a climas extremos do hemisfério norte. Sua distribuição é quase circumpolar, abrangendo regiões árticas, subárticas e boreais. Elas possuem uma pelagem densa, que proporciona isolamento térmico e flutuabilidade, além de cascos largos que facilitam a locomoção na neve e na tundra macia. Apresentam dimorfismo sexual, com os machos sendo maiores que as fêmeas. Diferentemente de outros cervídeos, ambos os sexos possuem galhadas.
Esses animais têm sofrido redução em sua distribuição histórica devido à caça excessiva e à perda de habitat, razão pela qual seu estado de conservação é considerado Vulnerável. Neste artigo do PeritoAnimal, apresentamos informações detalhadas sobre a alimentação das renas.
Tipo de alimentação das renas
As renas são animais herbívoros generalistas, o que significa que sua dieta inclui uma grande variedade de plantas. Dependendo da época do ano, a alimentação das renas varia conforme a disponibilidade de alimentos. Vamos entender melhor:
- Durante o verão: quando a vegetação é mais abundante, a alimentação das renas é diversificada e rica. Elas consomem diversos tipos de folhas, ervas e cogumelos. Essa variedade fornece os nutrientes necessários para se prepararem para os meses de inverno. Nessa época, as áreas árticas ficam iluminadas por longos períodos de luz contínua, o que altera os padrões de sono das renas e permite que se alimentem por mais tempo.
- Durante o inverno: a dieta das renas muda drasticamente devido à escassez de alimentos. Sua principal fonte de nutrição são os líquens, que crescem em abundância nos bosques boreais. Esses organismos são ricos em carboidratos, mas pobres em proteínas. No entanto, as renas conseguem metabolizá-los graças a bactérias e protozoários especializados presentes em seu sistema digestivo.
Agora que você já sabe o que as renas comem no inverno e no verão, vamos descobrir o que comem os filhotes de rena!

O que comem os filhotes de rena?
Os filhotes de rena são animais bastante precoces, pois, poucos minutos após o nascimento, já começam a mamar. Em poucas horas, são capazes de seguir a mãe e, com apenas um dia de vida, conseguem correr mais rápido do que uma pessoa comum.
Ao nascer, os filhotes dependem quase exclusivamente do leite materno durante as primeiras semanas de vida, geralmente até cerca de um mês de idade, quando começam a incluir matéria vegetal em sua alimentação. Esse leite é rico em gordura e nutrientes, o que lhes permite desenvolver uma camada protetora de gordura para resistir ao frio intenso do Ártico. À medida que crescem, sua dieta se amplia para incluir folhas jovens e brotos de plantas.
Por volta dos 45 dias de idade, os filhotes de rena passam a se alimentar principalmente de forragem, embora continuem consumindo leite de forma complementar. Essa transição rápida para uma dieta herbívora reflete a necessidade de adaptação ao ambiente e de preparação para enfrentar as estações menos favoráveis.

O que as renas adultas comem?
As renas adultas possuem um estômago de quatro câmaras, característico dos ruminantes, o que lhes permite digerir de forma eficiente sua dieta baseada em vegetais.
Durante o verão, quando as temperaturas são mais amenas e a vegetação está mais acessível, as renas se alimentam de uma grande variedade de espécies ricas em nutrientes essenciais para a regeneração de sua pelagem e o crescimento de novas galhadas. Entre os principais alimentos consumidos no verão, destacam-se:
- Folhas de salgueiro;
- Folhas de bétulas;
- Ervas;
- Fungos.
Por outro lado, a alimentação das renas no inverno representa um grande desafio. As renas do ártico, em particular, dependem quase exclusivamente de líquens, que formam densos tapetes nos bosques boreais. Graças à sua habilidade única de metabolizar esse alimento, conseguem sobreviver em condições extremas onde outras espécies não sobreviveriam. Além dos líquens, as renas adultas consomem:
- Raízes;
- Tubérculos;
- Cascas de árvores, adaptando-se ao que está disponível no ambiente.
Dessa forma, as renas são animais extraordinariamente adaptados ao seu habitat, capazes de sobreviver em algumas das regiões mais inóspitas do planeta. Sua dieta varia de acordo com a estação e a disponibilidade de alimentos, abrangendo uma ampla gama de vegetação. Compreender o que as renas comem e como ajustam sua alimentação em função do ambiente não é apenas fascinante, mas também destaca a importância de conservar os habitats que sustentam esses animais.
Nas regiões árticas, onde as mudanças climáticas e as atividades humanas ameaçam os ecossistemas, garantir a sobrevivência das renas é crucial para manter a estabilidade ecológica. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) classifica os renas como Vulneráveis, apontando que uma das principais ameaças à espécie são as alterações em seu habitat.
Nesse contexto, atividades como o desmatamento, a expansão industrial, a construção de rodovias, usinas de energia, resorts turísticos e a exploração de petróleo afetam diretamente o habitat das renas. Essas atividades não apenas modificam o ecossistema, provocando o deslocamento desses animais, como também comprometem a vegetação da qual eles dependem para se alimentarem.
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- Gunn, A. (2016). Rangifer tarandus. Lista Roja de Especies Amenazadas de la UICN 2016: e.T29742A22167140. Disponible en: https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-1.RLTS.T29742A22167140.en
- Shefferly, N. (2000). "Rangifer tarandus". Animal Diversity Web. Disponible en: https://animaldiversity.org/accounts/Rangifer_tarandus/