Tipos de cnidários - O que são, exemplos, características e reprodução

Os cnidários são animais invertebrados aquáticos com uma constituição mais complexa do que as esponjas, mas menor do que a dos bilatérios. Apesar disso, eles podem ser bons predadores de animais muito mais complexos do que eles.

Estes animais possuem um antigo registro fóssil que remonta a cerca de 700 milhões de anos. Por esse motivo, dentro dos cnidários encontramos uma importante diversidade, representada por uma variedade de formas bonitas e estranhas, incluindo hidroides com formas de plantas, anêmonas parecidas com flores, medusas e os peculiares corais duros e corais pétreos, que formam os fascinantes recifes de corais, aos quais se associa uma biodiversidade de suma importância ecológica.

A classificação dos cnidários, conforme o Sistema Integrado de Classificação Taxonômica^[1], é a seguinte:

• Reino: Animal
• Filo: Cnidaria

Por sua vez, entre os tipos de cnidários, distinguimos três subfilos, nos quais os diferentes tipos de cnidários são agrupados. O primeiro deles é o dos antozoários. Aqui está incluída a classe Anthozoa, que agrupa corais, animais-flores e anêmonas do mar.

O segundo subfilo é Medusozoa, que agrupa medusas ou águas-vivas, classificado da seguinte forma:

• Cubozoa (vespas-do-mar);
• Hydrozoa (animais hidroides);
• Polypodiozoa (tipo de parasita);
• Scyphozoa (águas-vivas verdadeiras);
• Staurozoa (estauromedusas).

Por fim, temos o subfilo Myxozoa, que agrupa mixozoos (que são parasitas microscópicos), sendo dividido em duas classes:

• Malacosporea;
• Mixosporea.

Estima-se que existam cerca de 10.000 espécies de cnidários, considerando todos os tipos.

Agora que conhecemos os diferentes tipos de cnidários, podemos deduzir que é complicado estabelecer características iguais para todos. No entanto, de forma geral, mencionaremos as principais características dos animais cnidários:

• Todos os membros do filo são animais exclusivamente aquáticos;
• Eles possuem simetria radial;
• Não têm uma cabeça definida, por isso as extremidades do corpo são denominadas oral, perto da boca, e aboral (longe da boca);
• Os cnidários apresentam duas formas básicas: pólipos ou medusas (águas-vivas). Algumas espécies apresentam ambas, dependendo do estágio em que se encontram, como alguns hidrozoários e a classe Scyphozoa;
• Em algumas espécies, como nos corais e anêmonas, as formas de pólipo geralmente têm um corpo tubular, com tentáculos ao redor da boca e são geralmente fixas ao substrato pelo extremo aboral, onde há uma estrutura que às vezes tem forma de disco. Este tipo de cnidário pode viver solitário ou em uma organização denominada colônia;
• Os cnidários com forma de medusas geralmente têm um corpo semelhante a um sino ou guarda-chuva, com uma disposição corporal dividida em quartos. Comumente, nesses casos, a boca está localizada no centro, pelo lado côncavo do animal, com os tentáculos estendidos ao redor da umbrela;
• Todos os membros deste filo têm um endoesqueleto ou exoesqueleto, que pode ser de composição quitinosa, calcária ou proteica;
• Alguns possuem uma substância chamada mesogleia, que funciona como um esqueleto hidrostático e, embora tenha principalmente água, também é composto de proteínas, colágeno e outras substâncias. Essa substância é encontrada, por exemplo, em corais e medusas;
• O corpo dos cnidários têm uma única abertura, que funciona como boca e ânus. Isso é chamado de cavidade gastrovascular;
• Esses animais geralmente possuem tentáculos ao redor da boca;
• Como uma característica única do filo, os cnidários apresentam células especializadas chamadas cnidócitos, muito abundantes nos tentáculos, com as quais injetam substâncias químicas que imobilizam suas presas. Além disso, eles também as usam para a defesa. Algumas espécies possuem substâncias letais para os seres humanos, como certas espécies da classe Cubozoa;
• Os animais cnidários também possuem outras células especializadas, incluindo musculares e sensoriais. Estes últimos conseguem realizar sinapses;
• Outra característica dos cnidários é que eles não têm órgãos definidos;
• Os cnidários com forma de pólipo são sésseis, enquanto os que têm forma de medusa podem ser levados pelas correntes. No entanto, foi recentemente comprovado que conseguem nadar, o que fazem se apoiando em movimentos de contração do corpo;
• Possuem uma rede nervosa que controla os processos vitais;
• Possuem estruturas sensoriais que lhes permitem responder a estímulos como luz, temperatura ou mudanças de pressão, entre outros;
• Os restos de alimentos não digeridos são excretados pela boca;
• A respiração ocorre através das células corporais, que absorvem oxigênio e liberam dióxido de carbono.

Os cnidários são animais exclusivamente aquáticos, bem adaptados para viver neste meio. A grande maioria das espécies habita ecossistemas de água salgada, no entanto, algumas outras espécies vivem em água doce.

Dependendo da espécie, os cnidários podem ser de tipo cosmopolita ou estar restritos a habitats particulares. Além disso, também desenvolvem-se em águas profundas ou superficiais, com diferentes condições de temperatura. Alguns se localizam em mar aberto, enquanto outros ficam perto das costas. Os cnidários que nadam deslocam-se de um lugar para outro em função das condições do meio.

Exemplos de habitats de cnidários

Por exemplo, temos a medusa-da-lua (Aurelia aurita), que tem uma ampla distribuição por todos os oceanos, exceto no Ártico, e habita em mares da América, Ásia, Europa, Austrália e em algumas áreas da África. A medusa de água doce (Craspedacusta sowerby), por outro lado, é nativa de corpos de água doce da Ásia, assim como os membros do gênero Hydra, que vivem em água doce. E a temível vespa-do-mar ou vespa-marinha (Chironex fleckeri) está restrita principalmente aos mares da Austrália e sudeste asiático.

Por outro lado, os recifes de coral, que podem ser formados por vários tipos de cnidários, têm um habitat mais definido, geralmente associado a mares tropicais, em profundidades que não costumam ultrapassar os 50 metros, com faixas de temperatura de 20 a cerca de 28°C e certas condições de salinidade. Estes fazem parte de ecossistemas marinhos altamente produtivos e de grande relevância ecológica para o planeta, além de estarem associados a outros ecossistemas marinhos costeiros, havendo uma relação de benefícios mútuos entre eles.

Os cnidários podem ter uma reprodução assexuada ou sexuada, com a particularidade de que diversas espécies têm ambas as formas reprodutivas. Na reprodução assexuada, podem brotar gemas a partir de evaginações do corpo que depois se desprendem. Em outros casos, os indivíduos podem dividir-se ao meio. Na classe Anthozoa, alguns indivíduos reproduzem-se até mesmo dividindo-se acima da base corporal. No artigo sobre a reprodução assexuada em animais falamos com mais detalhes.

No que se refere à reprodução sexuada, saibamos que está relacionada com espécies com uma fase de vida em forma de pólipo (que se divide assexuadamente) e outra de medusa, que corresponde à reprodução sexuada propriamente dita. Desta forma, existem cnidários dioicos, ou seja, alguns machos e outras fêmeas, que produzem espermatozoides e óvulos, respectivamente.

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